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No meu processo de reeducação alimentar, e na tentativa de diversificar o que como, tenho introduzido com muita frequência alternativas vegetarianas na minha dieta diária. Não, não deixei de comer carne (ainda quinta-feira jantei - e bem! - na Horta dos Brunos, em Lisboa), mas gostando eu de comida vegetariana e de quase todos os ingredientes que a compõem (o tofu talvez seja mesmo a única excepção), foi fácil juntá-la ao meu dia-a-dia. Até porque isso é benéfico: em primeiro lugar, porque a proteína vegetal tem menos gordura do que a animal; em segundo lugar, porque tem um mais alto teor de fibra, capaz de absorver os hidratos de carbono consumidos, preocupação que um diabético como eu não pode perder de vista.

Foi assim que os burgers vegetarianos entraram na minha vida. Já aqui vos falei do Kiosk, um espaço de comida saudável que o El Corte Inglés abriu em Lisboa, mesmo ao lado do Take Away, em frentre ao supermercado: tem burgers vegetarianos de várias cores e sabores, tem quiches, tem saladas várias, tem quinoas e couscous de toda a espécie. A primeira vez que provei gostei. E fiquei cliente.

Aqui chegados, convém desfazer uma ideia que, de tantas vezes repetida, se tornou um mito: a comida saudável é mais cara. É mentira. Quer dizer se tormarmos como ponto de comparação e referência um menu Big Mac, sim, é mais cara, mas quanto ao resto das cadeias de fast food, não é verdade. O já falado Kiosk tem menus a 6,5 euros (um burger / fatia de quiche + uma salada + uma bebida), 7,5 (um burger / fatia de quiche + mix de duas saladas + uma bebida) e a 8,5 (um burger + um mix de três saladas + uma bebida). Fico-me sempre pelo menu 1 ou 2 e, às vezes, fico cheio, dependendo dos acompanhamentos que escolho. No mesmo piso, na zona da restauração, o Go Natural, outra cadeia saudável e com valores nutricionais bem à vista de cada opção alimentar, os menus com sopa variam entre os 7 e os 8 euros. Não é mais caro, seguramente, do que outras cadeias, de boa qualidade mas mais calóricas, como por exemplo, a Pans and Company, a H3 ou a Wok to Walk.

Os burgers vegetarianos seguiram-me até à ETIC, escola onde dou aulas. O bar Nómada acaba de lançar uma linha de cinco burgers vegan, acompanhados por salada. Já comi dois diferentes, em intervalos de aulas noturnas, e gostei. Nem de propósito, o Facebook tem insistido em colocar à minha frente um post patrocinado de uma empresa caseira que vende para fora burgers vegetarianos artesanais e que os leva a casa do cliente duas vezes por semana.

Perante tamanha oferta, esta manhã decidi produzir os meus próprios burgers. A cozinha é uma excelente terapia para domingos chuvosos como este e, portanto, às 09h15 levantei-me, preparei o meu pequeno almoço, tomei a medicação, e fiquei na cozinha. E sairam os três primeiros Burgers Tipo 2:

 

1) Grão com açafrão, aveia e coentros;

2) Feijão com espinafres, cenoura e sésamo;

3) Beterraba com quinoa e cogumelos.

 

Não tem ciência nenhuma e cada receita demora 15 minutos a fazer (sim, a Bimby e os restantes robôs de cozinha vieram ajudar muito a vida...). Tem uma vantagem: a fórmula é sempre a mesma, e permite ir acrescentando ingredientes conforme os gostos ou o que temos em casa. Experimentem, ensaiem, testem os sabores de que mais gostam. É uma forma divertida de comer e de perceber o que estão, realmente a comer.

Os passos são sempre os mesmos para cada variedade de burger:

a) Picar duas a três fatias de pão mais velho (cerca de 120 gramas), com um bom molho de coentros e reservar. Como não tenho pão velho em casa, piquei três fatias de pão de forma Shape, com alto teor de fibra e baixo de hidratos de carbono, que é o que como habitualmente.

b) Juntar no copo misturador uma lata de grão / lata de feijão / lata de ervilhas. Meia cebola, um dente de alho. E depois, legumes a gosto: cogumelos, espinafres, courgete, cenoura, abóbora, beterraba, azeitonas. Regar com um fio de azeite, colocar uma pitada de sala e pimenta moida na hora. Usem as especiarias que mais gostarem: açafrão, pimentão, cominhos, cravinho (são as especiarias que lhes dão o toque original). Levar tudo a picar durante um minuto. Deitar um copo de água e cozinhar durante 4 minutos. 

c) Juntar o pão ralado e os coentros que reservámos e uma gema de ovo. Envolver durante 1 minuto. Juntar agora, a gosto, sementes de girassol, ou de sésamo, ou de papoila. Para um toque mais requintado, e um bocadinho mais calórico, uns fios de queijo desfiado.

d) Deixar arrefecer e, com a mão, fazer uma almômdega grande e espalmar. Se sentir que ainda é difícil trabalhar com as mãos, juntar um pouco de pão ralado. Cada burger fica com 120/150 gramas. 

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e) Leve-os ao congelador para ficarem mais compactos. Cada dose dá para entre seis e oito burgers, dependendo da quantidade de ingredientes e o peso dos ditos. Podem ficar no congelador durante dois meses. Portanto, tem uma excelente alternativa para preparar uma refeição rápida quando chega a casa. Tira um burger do congelador e tem duas hipóteses: ou um minuto no microondas (mais saudável), ou alourar na frigideira com um pouco de azeite em lume brando (um nadinha mais calóricos e estaladiços).

Junte uma salada fresca de alface e rúcula, ou uma caprese (tomate e mozarela) e bom apetite! Experimentem e depois digam qualquer coisa. Quem sabe não encontrámos aqui um potencial negócio? :)

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