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Ontem foi dia de voltar a auto-injetar-me. Se bem se lembram, já vos contei aqui que na minha visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal , a diabetologista mudou-me a medicação e dosagens. Manteve-me a metformina diária, mas acrescentou-me um medicamento de toma semanal auto-injetável. O Bydureon é  um pó e solvente para suspensão injetável de libertação prolongada. Ou seja, tomo uma vez por semana, sempre no mesmo dia e preferencialmente à mesma hora, e ele vai libertando o medicamento ao longo da semana. Segundo a médica, optou por esta solução para mim porque a combinação dos seus princípios ativos permitem o controlo da glicemia e reforçam a perda de peso. 

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 Há uma semana, na primeira vez, a auto-injeção fez-me alguma confusão. É uma caneta idêntica à de quem toma insulina (não é o meu caso), a agulha é fininha, mas o ato de ser eu a espetar a agulha em mim próprio não me foi confortável, como aqui contei. Ontem, foi mais fácil. Já me custou menos, embora aqueles dez segundos em que a agulha tem de estar dentro de nós não sejam uma coisa agradável. Não é doloroso, mas admito que não seja confortável. Mas tem de ser e, já me conhecem, se tem de ser, vamos a isso.

Na primeira semana, não senti qualquer contra-indicação, embora tenha verificado que os níveis de glicose tenham subido um bocadinho e estado mais irregulares. Coisa para a qual a médica já me tinha alertado que poderia acontecer na primeira semana. Nada de muito grave. Por exemplo: aconteceu-me nos primeiros dias ter glicemias de 145/150 duas horas depois das refeições, que eram valores que habitualmente já não tinha. Uma semana depois, esses valores já estão controlados e a minha glicemia em jejum, a que estava a ser mais difícil de baixar, está com os melhores valores de sempre. Antes do pequeno almoço tenho estado com valores de açúcar no sangue na casa dos 105/110 mg por decilitro de sangue.

Quase dois meses depois da crise de hiperglicemia que espoletou esta mudança na minha vida, sinto-me muito bem fisicamente. Já perdi 13,5 quilos, o meu açúcar baixou de forma drástica e consistente, o meu eletrocardiograma revelou um coração sem sobressaltos, o colesterol e triglicéridos baixaram muitíssimo e estão hoje absolutamente dentro dos valores de referência. Continuo a minha reeducação alimentar e ganhei gosto pelo exercício físico. São razões suficientes para me manter altamente motivado e, creio, são também razões suficientes para motivar quem continua, aí desse lado, a precisar de um empurrãozinho.

Quando criei este blogue, disse claramente que não queria ser um exemplo para ninguém. Só para mim. Mas a verdade é que o blogue e a página de Facebook do Tipo 2 (a propósito, já fizeram like?) cresceram muito neste tempo. Tal como a quantidade de mensagens, públicas e privadas, que me enviam a dar forças, a confessar fraquezas e a pedir conselhos. Saber que com esta minha mudança posso ajudar outros também me motiva a continuar. E por isso é altura de vos agradecer a todos por continuarem comigo. Para os mais céticos, para os que ainda não sabem/não conseguem lidar com esta doença, acreditem: a Diabetes não é incapacitante e, controlada, permite uma vida saudável. Até mais saudável do que antes. Olhem para mim. 

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