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 Isto de manter o foco em tempo de férias é mais difícil do que parece. E, convenhamos, é mais difícil do que eu quis fazer crer. Pelo menos, nesta última semana. O que vale é que as férias terminam amanhã! O regresso a Lisboa trará consigo, além das preocupações típicas do trabalho, um maior controlo sobre a minha alimentação.

Cá em Tavira, o frigorífico é um perigo. Pelo menos, este. Quando as portas se abrem encontram-se coisas horrendas. Estupidamente boas, estupidamente doces, estupidamente perigosas. A algumas tenho resistido. A outras, eu pecador me confesso, não.

Na casa de família onde tenho passado os últimos dez dias há de tudo: uma prateleira com "as minhas coisas", um bom peixinho fresco que todos os dias vamos ao mercado comprar, e boas saladas frescas e cheias de estilo feitas por mim.

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Mas também coisas próprias das férias: álcool, batatas fritas, snacks salgados, chocolates, coisas para ir petiscando aqui e ali. E por mais que queira manter a força de vontade no máximo, sinto que à medida que os dias vão passando, ela vai diminuindo. Às principais refeições continuo a ter muito cuidado com o que como. Por exemplo, o meu irmão mais velho, a minha cunhada e a minha sobrinha Sofia vieram cá jantar ontem: para todos havia um magnífico piano de porco preto no forno, assado com alecrim, e umas batatinhas pequeninas assadas. Para mim, fiz um bife de peru grelhado com salada.

Hoje ao almoço, na mesma mesa onde se comia um belo presunto de Parma, ou uns panados de frango, eu comi umas fresquíssimas ovas de pescada grelhadas, compradas duas horas na lota (bem caras, por sinal...), acompanhadas de brócolos cozidos. Portanto, não é por aqui que tenho falhado.

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O pior é nos entretantos. Os amendoins, as batatinhas, as tiras de milho. Elas estão por aí, à mercê de todos. À minha também. E a grappa, uma bebida tipicamente italiana, como o nosso bagaço (mas incomparavelmente melhor), que convida à conversa noite fora, em copos pequeninos de onde se vai bebericando e saboreando lentamente.

Já não bastava isto, mas o meu frigorífico de férias tem mais. Estamos no Algarve, terra de bela fruta e de doçaria regional. Já vos disse que sou mais de salgados do que doces. Em relação aos doces algarvios, não são para mim uma tentação, talvez à excepção dos Dom Rodrigos. Ontem, os convidados, que vinham de Lagos, trouxeram uma caixa cheia de queijinhos de amêndoa, de figo seco e afins. Consegui resistir, sem grande dificuldade.

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Captura de ecrã 2016-08-23, às 18.07.48.pngAliás, hoje ainda restam alguns dos mimos vindos do Barlavento algarvio. O que é difícil mesmo é resistir aos figos algarvios. Apesar de serem muitos os textos na Internet que falam dos benefícios dos figos para a saúde e outros que se arriscam a dizer que o contributo do figo para a obesidade é apenas um mito, todos os nutricionistas e médicos aconselham a um consumo moderado ou mesmo raro. É uma pena que assim seja. Apesar de tudo, tenho sido capaz de os manter relativamente distantes da minha vida. Neste dez dias apenas comi dois figos. Não os devia ter comido? Talvez, mas tanta vontade não satisfeita ainda era capaz de me fazer pior. Por via das dúvidas, comi. Nada como viver na indefinição.

Vivo, pois, por este dias, num misto de sentimentos. Anseio ardentemente que o tempo pare e os dias não avancem, mas ao mesmo tempo, estou a precisar urgentemente da minha marmita, do meu planeamento, do rigor espartano do meu frigorífico. Um homem não é de ferro, caramba!

 

 

 

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