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Chama-se Red Velvet e é um bolo especial. Desde os tempos da Segunda Guerra Mundial. Com o racionamento alimentar, a beterraba, que era considerado um alimento menor e com grande abundância nos Estados Unidos, passou a ser o ingrediente imprescindível para este bolo. Depois da Guerra, com o sucesso do bolo, eslegante e saborosíssimo, começaram a substituir a beterraba por corante.
Chama-se Red Velvet e foi um bolo especial. Foi, já não é, porque foi todo comido ontem à noite. Mas continua a ser um bolo especial, porque foi feito, especialmente para mim, pela minha sobrinha mais velha, Sofia, que tem sido a mais terna e importante das minhas inspirações nesta fase da minha vida.
Ontem foi o meu dia de aniversário. Dia dos 42 anos. Para muitos, o dia de aniversário é o arranque de um novo ciclo, de um novo ano. Para mim, essa mudança acontece só no final do ano civil, a 31 de dezembro. Mas ainda assim, se ontem tiver começado um novo ano da minha vida, que ele seja melhor e que consiga superar os desafios que tenho pela frente.
Para assinalar o dia, juntei a família à mesa. A família nucelar e alguns mais próximos da família que escolhemos, os amigos. Não estiveram lá todos, nem podiam. Era praticamente impossível juntar todos. Mas a Sofia conhece-me bem e sabia bem o que eu queria. O presente que me deu, e que, naturalmente, fica entre os dois, era algo que ela sabia que eu desejava muito e nunca tinha conseguido encontrar. Ela deu-se ao trabalho de encontrar. E encontrou. E depois fez o bolo. Uma trabalheira que eu sei que lhe deu prazer, porque era para mim.
Foi um daqueles dias que encaixam na máxima "Dias não são dias". Para um jantar de grupo (gente diferente, gostos diferentes, bolsas diferentes...), um restaurante italiano é sempre uma opção sensata. Ainda por cima, o que escolhi, um restaurante que também tinha alternativas portuguesas. Podia ter optado por um salmão grelhado com brócolos (havia na lista, digo já...), mas apeteceu-me uma massa com gambas e rúcula. Que diabo, toda o meu regime diário é baixo em hidratos de carbono. Não havia (não houve) mal nenhum em aumentá-los ao jantar. Soube-me bem, a massa. Gosto muito de massa mas, naturalmente, reduzi o seu consumo desde que a diabetes entrou na minha vida.
Ao almoço, porém, já tinha tratado de compensar o excesso que haveria à noite. Fui às Amoreiras e comprei um menu low carb, um dos vários pratos que a Go Natural tem disponíveis com um baixo teor de hidratos de carbono (desculpem eu falar-vos tanto da Go Natural. Acreditem que este conteúdo não é patrocinado, e que a Go Natural não me paga nada pela publicidade que lhe faço, mas de facto, é hoje a minha cantina habitual pela variedade e cuidado nutricional dos pratos preparados ou pelas saladas que podemos pedir para preparar à nossa frente). Escolhi Frango Teriyaki com legumes asiáticos. Não sendo o meu preferido, soube-me bem e, acompanhado da sopa de brócolos sem batata, fiquei saciado. Uma peça de fruta e fibra a meio da tarde deu o toque perferfeito antes da hora do disparate.
À noite, quando cheguei a casa, a minha glicemia pós-prandial (duas horas e meia depois da refeição, entendida pelos médicos como o pico mais alto de açúar no sangue) era de 106 mg de açúcar por decilitro de sangue. Um valor perfeitamente normal e que revela que estou no bom caminho.
Agora, de pequeno almoço tomado, vou queimar calorias e caminhar, caminhar, caminhar. O corpo precisa. A cabeça também.
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