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Ninguém faz nada por nós, acreditem. É claro que não estamos sozinhos no mundo e não dependemos só de nós, mas o que eu quero dizer com esta frase é que o mais importante está em nós, na nossa força de vontade, na nossa capacidade de perceber que mudar o estilo de vida é essencial para ter uma saúde melhor. É preciso ser responsável. E é essa responsabilidade que nos conduz a resultados. Uma das principais responsabilidades de um diabético é a autovigilância. Ignorar este facto é fingir que não se tem o problema. Um diabético não pode ter uma vaga ideia de que tem o açúcar alto. Um diabético tem de saber realmente qual a quantidade de açúcar que tem no sangue (aqui ficam os valores de referência - um quadro retirado do site da APDP).
Um destes dias conheci alguém diabético tipo 2 que não faz a medição: a célebre "picada de dedo". Nunca fez. Perguntei-lhe como controla os valores da sua glicemia. Não controla. Toma os antidabéticos orais, mas não mede a glicemia. Não sou médico (repito isto vezes sem conta para que não restem dúvidas. Os conselhos que dou, as coisas de que falo resultam da minha própria experiência, do que leio e do que converso com o meu médico, e adequam-se a mim), mas parece-me que controlar a glicemia é algo vital para um diabético. Só assim é possível controlar o caminho que estamos a fazer: se estamos a correr corretamente ou se há ajustes a fazer, se os medicamentos estão a surtir efeito, e perceber o impacto do exercício físico no nosso corpo.
Tenho, como já perceberam, levado muito a sério essa autovigilância. Como aqui já escrevei anteriormente, meço a glicemia três vezes ao dia: jejum, meio da tarde e à noite. E praticamente um mês decorrido sobre a minha crise hiperglicémica que espoletou tudo isto, a evolução dos meus valores é altamente favorável. Os gráficos que vos mostro são aqui são retirados da App que uso diariamente que monotorizar os resultados.
Se bem se lembram, no dia 19 de junho (domingo), quando fui ao hospital, a análise deu 322 miligramas de glicose por decilitro de sangue. Comecei a medicação no dia seguinte e a medição na terça-feira. A minha primeira medição, nesse dia, registou 269 mg/dl. Vejam a evolução.
A zona sombreada em cada gráfico (correspondente a cada semana) é a margem média considerada de referência para um diabético (entre os 70 mg/dl e os 160 mg/dl). Vejam como na primeira semana, os valores estavam todos acima dessa margem. E que na segunda semana havia muitos acima e alguns já dentro da margem. Na terceira semana a maior parte estava dentro da margem de referência, mas alguns ainda fora. Finalmente, nesta quarta semana, só há dois valores acima da margem (foram registados no dia da Final do Europeu, domingo, dia de festança e nervos à flor da pele). Nesta última semana, a minha glicemia média está nos 115/120!
Não pensem que já estou a festejar. Não. Mas comemoro cada dia. Consciente que é apenas mais um dia. Mas orgulhoso de cada conquista que faço. Continuo seriamente a alimentar-me bem (acreditem, ainda não pequei com uma empada ou um rissol...) e a fazer exercício físico. Porque vejo os resultados e isso é o maior incentivo de todos. Esse é o combustível que me alimenta todos os dias. E é com ele que vou seguir a minha viagem. Tem sido bom partilhá-la convosco e sentir o vosso apoio aqui e nas redes sociais. Obrigado.
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