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Trinta quilos depois...

por Nuno Azinheira, em 28.11.16

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E de repente passaram 30 quilos. Isso, exatamente. Trinta quilos! Sem dietas milagrosas, sem chás, sem sopas de pacote, sem seivas e jejuns, sem banda gástrica. Apenas pela reeducação alimentar e pela prática de exercício físico. O "apenas" é uma força de expressão. É mais uma força de vontade, que a Diabetes Tipo 2, diagnosticada há pouco mais de cinco meses, fez despertar em mim. 

Perguntam-me frequentemente se tem custado muito. Se me tenho privado de muita coisa. E a resposta é sempre a mesma. Não. Não e não! E não é conversa, é verdade. Sábado almocei numa pizzaria, quarta-feira da semana passada comi um magnífico croquete na Padaria Portuguesa. Sem sombra de pecado. O que acontece é que isso passou a ser a excepção e não a regra. O que acontece é que passei a tomar todos os dias um pequeno almoço decente, com pouca gordura e com baixo teor de açúcar. O que acontece é que passei a comer mais vezes ao dia e menos de cada vez. O que acontece é que passei a diversificar a ingestão de alimentos, a procurar alternativas. O que acontece é que deixei de comer "qualquer coisa ali no café" ou a "tirar qualquer coisa da máquina". O que acontece é que passei a mexer-me: caminhadas ou ginásio. E mesmo quando não o consigo (e o último mês tem sido difícil do ponto de vista de disponibilidade física e mental - há muita coisa acontecer ao mesmo tempo), mudou o meu comportamento diário: "ontem" procurava deixar o carro à porta do sítio onde tinha de ir; "hoje" vou a pé. 

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Passaram seis meses e muita coisa mudou em mim. Não são só os 30 quilos (caramba, 30! Nem acredito!), mas a consciência de que aquele outro, feito barril de pólvora, já não existe. Pode morrer de repente, claro, mas esses são os imponderáveis da vida. Este está cá. Inteiro, vivo e a fazer tudo para que a sua vida seja melhor. E viver melhor a vida não significa abdicar de tudo o que nos dá prazer à mesa. É por isso que as mil e uma dietas que fui fazendo nos últimos vinte anos, assentes na ideia da privação e da condescendência de "um dia do disparate", nunca resultaram comigo. A dieta resulta para quem tem cinco quilos a perder. Para casos como o meu é preciso mudar de raiz, é preciso reeducar, é preciso aprender a conhecer os alimentos, o seu valor nutricional e o seu impacto no nosso organismo.

Não sou exemplo para ninguém, mas sou um exemplo para mim. Admito que possa ser um caso inspirador, e fico feliz por saber que há gente que dá um passo por causa dos meus. Há um orgulho grande cá dentro. E um coração a bater de forma mais saudável. E é isso que me motiva a continuar. Mesmo que haja dias em que tudo parece mais difícil...

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