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Esta semana tem sido um pouco mais difícil. Não que me sinta a desanimar, nada disso, mas porque, ao longo dos últimos dias, nem sempre tenho sido eu a conduzir o processo. É este o truque para uma alimentação saudável e para o sucesso na batalha contra a obesidade e, neste caso também, contra a Diabetes Tipo II.
"Conduzir o processo" significa controlar as operações e não deixar que elas sejam controlados por terceiros. Eu explico-me. Por razões profissionais e algumas pessoais, esta semana tenho comido mais vezes "fora" do que em casa. Desde que me foi diagnosticada a doença (19 junho), reduzi drasticamente o número de refeições em restaurantes. É muito mais fácil e saudável sermos nós a cozinhar: conhecemos a matéria-prima, lemos os rótulos, reduzimos a gordura, reduzimos o sal, abolimos alguns alimentos. Ora, num restaurante isso torna-se muito menos fácil. Ou pedimos sempre um bife ou peixe grelhado ou essa gestão é mais difícil. E mesmo assim, a coisa não é líquida. Ainda na segunda feira almocei com alguém que me é muito próximo num conhecido restaurante de Campo de Ourique. Pedi lombinhos de pregado: era a mais light de todas as tentações que ali despertavam (e eram muitas, acreditem...). A acompanhar grelos cozidos. Dispensei o arroz de coentros. Os lombinhos estavam óptimos. Tenros e saborosos - para mim não é novidade. O pregado é o meu peixe preferido! Mas lá vinham os lombos (4!) numa cama de azeite desnecessária. Noutros tempos teria comido a dose inteira. Desta vez, comi metade. Sem esforço de deixar o resto para trás. Foi já automático: não estive a pensar "ai, vou só comer metade para não fazer mal". Não, servi primeiro dois lombinhos e os grelos e quando cheguei ao fim, percebi que tinha ficado saciado. Restava a outra metade na travessa. Fiquei bem e sem fome.
Já aqui vos contei a importância das marmitas e do tempo para o planeamento alimentar do dia seguinte. Continuo a fazê-lo de forma empenhada, mas como esta semana tem havido algumas refeições fora do meu controlo, o plano tem tido as suas excepções. Também já vos disse que não serei fundamentalista e que, evidentemente, vou cometer excessos em alguns dias, porque a vida é para ser vivida, embora com responsabilidade.
Na terça feira, tive uma festa de um amigo (ex-aluno), que reuniu em casa três dezenas de amigos, antes da partida para umas férias longas. Gente na casa dos 20 e poucos anos. O que havia para comer: batatas fritas, pão, tostas e gressinos, queijo creme, manteiga de cabra (excelente!), e bifanas, muitas bifanas com molho de cerveja. Claro, álcool não faltou (capirinhas no top, muitas minis a rodar e vinho tinto). Quando pedi um copo de água (era o que me apetecia, efetivamente) senti um conjunto de rostos a olhar lentamente para mim. "A sério, é assim tão estranho pedir um copo de água?" perguntei entre risos. Senti-me um velho, lol.
Em Roma, sê romano e não me fiz rogado. Nãp toquei no álcool, mas comi uma bifana. E, pormenor muito revelador: as batatas fritas eram daquelas gourmet, de pacote, fantásticas, de pacote preto e letras douradas (vocês sabem do que estou a falar, não sabem?). Adoro-as, são as melhores! Pois acreditam que eu comi uma e não consegui comer mais: pareciam-me (e eram) salgadíssimas e ter muita gordura. Ou seja, passados 35 dias, e com a mudança dos meus hábitos alimentares, há sabores que já se alteraram. As batatas fritas, aquelas, as minhas preferidas!, já não me souberam bem. Fiquei contente.
Hoje tenho mais um almoço. Um grupo familiar de jornalistas teve duas formações comigo há dois meses. Na altura ficámos de combinar um almoço na margem Sul, de onde eles são e onde trabalham. Temos vindo a adiar. É hoje, mais daqui a pouco. Sei que vou comer peixe, mas vou preparado para tudo. "Vamos levá-lo aqui a um restaurante fantástico, vai ver", "ameaçou-me" o capitão de equipa. Pelo sim, pelo não, o jantar já está definido cá em casa: sopa de legumes e salmão grelhado com brócolos. Temo que os hidratos do almoço possam chegar para o dia inteiro...
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